Praça XV
Está localizada na região
conhecida, nos primórdios da ocupação das terras da cidade, como Praia da
Piaçaba. Foi denominada, originalmente, de Largo do Terreiro da Polé, Largo do
Carmo, Praça do Carmo, Terreiro do Paço e Largo do Paço.
Nela, foi erguido o prédio do
Palácio dos Governadores e da Casa da Moeda, futuras instalações do Paço Real
e, depois, Imperial. As obras foram iniciadas por ordem do Conde de Bobadela e terminadas em 1745, no governo de Gomes Freire de Andrade. Foi o
primeiro imóvel da cidade a ter vidros nas janelas.
No governo do vice-rei dom Luís de Vasconcelos, foi
construído o Chafariz do Mestre
Valentim, que, inaugurado em 1789, é, até hoje, um dos símbolos da praça.
Muitos pensam que o chafariz está com defeito, quando, na realidade, estudos
demonstraram que a água que expelia estava erodindo as esculturas e pedras,
razão pelo qual foi desligado.
Até o início do regime
republicano, ali estavam também a Capela Imperial (atual Igreja de Nossa Senhora do Monte do
Carmo), a Igreja da Ordem
Terceira do Carmo, o Convento do
Carmo (prédio da antiga Academia
de Comércio, atual Universidade
Candido Mendes), razão pela qual a região foi palco de acontecimentos e
solenidades significativos para a história do Brasil imperial, como casamentos,
batizados, aclamações, coroações e enterros.
Quando da morte da rainha Dona Maria I, em 1816, no antigo
prédio do Convento do Carmo, o então Largo do Paço foi o palco onde se
desenrolou o funeral real. Com os cariocas todos vestidos de negro, o corpo saiu
solenemente do paço, para ser depositado no Convento
da Ajuda. Dias depois, aconteceram, na praça e em outros locais determinados da
cidade, as cerimônias protocolares da morte de um reinante, a única vez que
foram executadas em todo o continente americano.
Em 18 de março de 1870, a câmara
da cidade deu-lhe a denominação de Praça de Dom Pedro II. Porém, com a Proclamação da República do Brasil em 15 de novembro de 1889, seu nome
foi trocado para a denominação atual, em homenagem à data da proclamação. Nos
fins do século XIX, eram oficialmente descritos os seus contornos e limites
"pela Rua Dom Manoel, Praça das Marinhas, ruas do Mercado, 1º de Março, 7 de Setembro e da Misericórdia".
Quando foi feita, em 1878, por
ordem da Câmara Municipal, a nova numeração dos prédios da cidade, o serviço
começou justamente no local, recebendo o Paço Imperial o número sete. Nela,
estavam também, em 1878, os prédios da Secretaria de Agricultura, da Agência
Nacional de Colonização, a Praça do Mercado e a estação das barcas que navegam
para Niterói.
Em 1888, foi defronte do Paço
Imperial que ocorreram as maiores comemorações pela assinatura da Lei Áurea. No entanto, logo depois, em
1889, com a Proclamação da República do Brasil, foi o local de onde partiu a
família imperial para o exílio. O prédio foi transformado, então, em repartição
dos Correios e Telégrafos, sofrendo uma série de reformas que o
descaracterizaram. Hoje inteiramente restaurado, é um centro cultural com
livrarias, restaurantes e espaços para exposições.
Em 12 de novembro de 1894, foi
solemente inaugurado o panteão do General
Osório. Encimado por sua estátua equestre, fundida com os bronzes dos canhões
apreendidos no Paraguai, uma
homenagem da pátria brasileira a um dos heróis da Guerra do Paraguai. No entanto, nos
fins do século XX, seus restos mortais foram removidos para Porto Alegre, capital de seu estado
natal.
A praça, até o início do século
XX, era o ponto principal de desembarque e entrada na cidade.
Em 10 de junho de 1965, foi
inaugurada a estátua equestre do rei dom
João VI, presente do povo de Portugal à cidade, por ocasião dos festejos do
quarto centenário de sua fundação. Foi colocada no local onde teria
desembarcado em 1808. Esta estátua é da autoria de Salvador Barata Feyo, um escultor natural
de Namibe, em Angola. Uma cópia
de semelhante estátua encontra-se na rotunda do Forte
de São Francisco Xavier do Queijo, na Praça
de Gonçalves Zarco, na cidade do Porto,
em Portugal. De acordo com instruções do escultor desta obra, ambas as estátuas
deveriam estar voltadas uma para outra, como simbolismo e ligação entre a mesma
pessoa (dom João VI) e os dois países (Portugal e Brasil). Essa mesma ligação
profunda e desmentível foi mais marcada ainda pela presença de um globo
terrestre com a cruz de Cristo por cima, que a figura de dom João leva na sua
mão direita. A crer em João Barata Feyo, “... o globo terrestre com a Cruz de
Cristo é um símbolo da história de Portugal, que é a descoberta, a conquista, a
navegação. Ele leva a sua tradição de rei português. Digamos que Portugal se
caracteriza pela aventura que realizou, pela descoberta dos caminhos para a
Índia, Brasil. Foi uma forma de congregar, na figura de dom João VI, toda a
história de Portugal.
No local do antigo Mercado
Municipal, ergue-se, hoje, o moderno prédio da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Na década de 1950, foi construída
a Avenida Perimetral, que,
ligando a Avenida Presidente
Vargas ao Parque Brigadeiro Eduardo Gomes,
atravessou o local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário